terça-feira, 26 de junho de 2012

Tempo de Qualidade


Hoje em dia, sobretudo nos grandes centros urbanos, vivemos numa correria entre centenas de afazeres. Logo pela manhã, quem tem crianças pequenas tem de incluir no seu horário os cuidados que elas precisam (e merecem, claro): acordá-las, vesti-las, preparar e dar o pequeno-almoço, preparar as mochilas, colocá-las na cadeirinha do carro, levá-las à escola.... Quando se chega ao emprego, depois de tudo isto, parece que o dia já vai longo e que até já estamos um pouco cansados, mas... lá está o trabalho com mil uma tarefas à nossa espera. Ao fim do dia a rotina repete-se em sentido inverso e acresce ainda a preparação do jantar, o banho das crianças, a limpeza da cozinha e eventual preparação de algumas coisas para o dia seguinte. Depois é preciso algum tempo para brincar com os mais pequenos e conversar com o marido ou esposa. Sobram uns minutos de televisão e logo, logo chega o sono e a exaustão. Mais um dia se passou em que não teve tempo para si, para ler um bom livro, para fazer exercício, para meditar.

Se nada se fizer para contrariar esta tendência a vida passa num ápice e quando acordarmos estamos grisalhos, crivados de rugas e sem energia para fazer aquilo que mais gostamos. Se não tivermos momentos de paragem na nossa correria diária, para escutar o que nos vai na alma, acabamos deixando-a ao abandono até definhar e morrer à mingua. A nossa alma precisa de cuidados, de atenção, de escuta-ativa. É urgente ouvir a nossa vozinha interior, por mais tímida que ela seja a verdade é que ela está lá. Nós é que a abafamos com o ruído de todos os estímulos exteriores que nos consomem o tempo e a dedicação.

Quando foi a última vez que fez um balanço da sua vida? Que refletiu sobre o seu papel no mundo ou sobre a vastidão deste Universo de que fazemos parte? Acha que nada disto é importante? Então viemos à Terra para estudar, trabalhar, casar, ter filhos, trabalhar, ir de férias, trabalhar mais, entrar na reforma....e esperar pela morte? Não me parece!

Sou mais da opinião de que fazemos parte de um Todo muito maior que nós,e que, entre esse Todo e nós há uma troca constante que precisa ser alimentada e cuidada. 

Como diz alguém que eu conheço: "Não viemos à Terra para comprar bifes e comê-los", que é como quem diz: "não viemos à Terra para sobreviver pelo máximo tempo que conseguirmos". 

Isto não é uma competição para ver quem consegue ficar vivo mais tempo, é sim um espaço em branco que deveriamos preencher da forma mais significativa possível. 

Muitos de nós adiamos consecutivamente o momento nas nossas vidas em que vamos realmente começar a viver e tudo serve de desculpa: "Os filhos ainda são pequenos", "Ainda não tenho a casa dos meus sonhos", "Ainda não tenho consolidada a minha carreira", "Agora tenho pouco dinheiro", "Primeiro temos de ultrapassar a crise"....

Noticia de ultima hora: - A vida não espera por si! 

Como disse o Dalai Lama, sobre o que mais o perturba na humanidade actual: "vivemos como se nunca fossemos morrer e morremos como se nunca tivessemos vivido".

A vida acontece a cada nanosegundo mas infelizmente, deixamos que tudo à nossa volta nos desvie a atenção desse facto incontornável.
Da próxima vez que tiver 5 minutos sem fazer nada, não procure uma tarefa. Relaxe, saborei o momento, medite, respire, brinque, aprecie e seja feliz.

Abrace a Vida!