sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Sobre o Amor...



O Amor não é dono de nada nem de ninguém,
não possui, não força, não exige,
O Amor não aflige.

O Amor não convence, age, exerce-se. 
O Amor não manipula, não ludibria, não enlouquece.
O Amor não diminui, não maltrata, não empobrece.
O Amor assume-se e aceita-se com a grandeza de uma prece.

O Amor dá o que tem sem esperar retorno.
O Amor não tem reino nem trono.

O Amor não julga, não mede, não calcula.
O Amor não é o pecado da gula.

O Amor não tem preço,
não tem certo ou errado.
O Amor é como um berço,
onde embalamos o ser amado

O Amor não joga ao gato e ao rato.
O Amor não é chantagem emocional.
O Amor é como um prato, 
onde nos servimos de modo incondicional.

O Amor não é um concurso,
não há vencido e vencedor.
O Amor é apenas Amor.

O Amor não é armadilha para a presa que se quer.
O Amor é rendição ao sentimento que vier.

O Amor não é medo da rejeição. 
O Amor é entrega, por mais que assuste, 
por mais que nos tire o chão.

O avesso do Amor, por outro lado, 
é o contrário.
É milhafre vestido de canário.

O avesso do Amor não traz Luz nem Coração.
O avesso do amor traz dor e desilusão.




Nota Astrológica:
Em tempos de Saturno em Escorpião, é preciso cautela com os jogos manipulativos e os desejos, conscientes ou inconsciente, de possuir e controlar o outro. 

O verdadeiro Amor é outra coisa!


quinta-feira, 27 de junho de 2013

Relacionamentos na Era de Aquário

Foto: Sexualidade Sagrada

A história do casamento no mundo ocidental é pouco conhecida da maioria de nós. Recomendo a este propósito a leitura do livro "Comprometida" de Elizabeth Gilbert. Um livro escrito na primeira pessoa, e fruto de uma investigação pessoal, sobre a historia do casamento no mundo ocidental. São muitas as surpresas que este livro nos oferece, ao desvendar as mais diversas (e contraditórias) funções e significados que o casamento assumiu ao longo da história, servindo os mais diversos propósitos e interesses, consoante a cultura dominante em cada época. Alguns podem mesmo chocar os leitores mais desavisados. 

Outra coisa de que poucos estão conscientes é que, o casamento como o conhecemos, representa um arquétipo de relacionamento, com uma energia e uma EGRÉGORA próprios, cujo "download" é feito de modo inconsciente e automático para dentro da relação. Isto será explicado mais à frente.


Por outro lado, fala-se muito actualmente, de novos relacionamentos. Mas o que significa isto?

Para melhor percebermos, deixo-vos um texto, extraído do livro "O Lugar da Alma" de Gary Zukav:

"Quando falam de um "casamento", por exemplo, invocam uma determinada consciência, uma determinada energia. Quando duas pessoas se casam, tornam-se "marido" e "mulher". "Marido" significa o senhor de uma casa, o chefe de um lar, um gestor. "Mulher" significa uma mulher unida a um homem pelo casamento, a anfitriã de um lar. Por vezes significa uma mulher de estatuto humilde. A relação entre marido e mulher não é igual. Quando duas pessoas se "casam"  e pensam e falam de si próprias como "marido e "mulher", entram nestas consciências e inteligências.

Por outras palavras, a estrutura arquetípica do "casamento" pode ser imaginada como um planeta. Quando duas almas se casam, caem na órbita, ou campo de gravitação, desse planeta e portanto, apesar das suas próprias intenções individuais, assumem as características desse planeta chamado "casamento". Tornam-se parte da evolução da própria estrutura através da sua participação num casamento. 

Um arquétipo é uma ideia humana colectiva. O arquétipo do casamento foi concebido para ajudar à sobrevivência física. Quando duas pessoas se casam, participam numa dinâmica de energia na qual fundem as suas vidas a fim de se ajudarem uma à outra a sobreviver fisicamente. O arquétipo do casamento deixou de ser funcional. Está a ser substituído por um novo arquétipo concebido para auxiliar o crescimento espiritual. Este é o arquétipo da parceria espiritual, ou sagrada.

A premissa subjacente de uma parceria espiritual é um compromisso sagrado entre os parceiros de auxiliarem o crescimento espiritual um do outro. Os parceiros espirituais reconhecem a sua igualdade. Os parceiros espirituais são capazes de distinguir a personalidade da alma e, portanto, são capazes de discutir as dinâmicas entre si, as suas interacções, numa base emocionalmente menos restrita do que maridos e mulheres. Essa base não existe no âmbito da consciência do casamento. Só existe no âmbito da consciência da parceria espiritual porque os parceiros espirituais conseguem ver claramente que há de facto uma razão mais profunda para estarem juntos, e que essa razão tem muito a ver com a evolução das suas almas. 

Dado que os parceiros espirituais, ou sagrados, conseguem ver a partir desta perspectiva, praticam uma dinâmica muito diferente da de maridos e mulheres. A evolução consciente da alma não faz parte da dinâmica estrutural do casamento. Não existe essa evolução porque quando o arquétipo evolutivo do casamento foi criado para a nossa espécie, a dinâmica do crescimento espiritual consciente era um conceito demasiado desenvolvido para ser incluído. O que faz uma parceria espiritual ou sagrada, é que as almas nessa parceria compreendem que estão juntas numa relação comprometida, mas o compromisso não é de segurança física. É antes estar com a vida física um do outro ao reflectirem consciência espiritual. 

O elo entre parceiros espirituais é tão real como o do casamento, mas por razões substancialmente diferentes.  Os parceiros espirituais não estão juntos para mitigar os receios financeiros um do outro ou para poderem ter uma casa num bairro residencial e todo esse enquadramento conceptual. A compreensão ou consciencialização que os parceiros trazem para o seu compromisso é diferente, portanto, esse compromisso é dinamicamente diferente. O compromisso dos parceiros espirituais é para com o crescimento um do outro, reconhecendo que é isso que cada um deles faz na Terra, e que tudo contribui nesse sentido. 

Os parceiros espirituais unem-se com o entendimento de que estão juntos por ser apropriado que as suas almas cresçam em conjunto. Reconhecem que esse crescimento pode levar até ao fim dos seus dias nesta encarnação ou para além disso, ou pode levar seis meses. Não são capazes de dizer se vão estar juntos para sempre. A duração da sua parceria é determinada pelo tempo que for apropriado à sua evolução que estejam juntos. Por mais votos que um ser humano possa fazer, eles não podem evitar que o percurso espiritual expluda e quebre esses votos se o espírito tiver de avançar. É apropriado que os parceiros espirituais permaneçam juntos apenas enquanto crescem juntos. 

A parceria espiritual é uma dinâmica muito mais livre e mais exacta espiritualmente do que o casamento porque os parceiros espirituais se unem a partir de uma posição de espírito e de consciencialização. A forma como os parceiros espirituais fundem e movimentam o seu conceito de parceria é uma questão de livre arbítrio. Desde que reconheçam que trazem as consequências das suas escolhas para a parceria e conheçam o alcance total das suas escolhas, é isso que influencia a maneira e a direcção assumidas pela parceria. 

Os parceiros espirituais empenham-se numa dinâmica de crescimento. O seu compromisso é verdadeiramente uma promessa no sentido do seu próprio crescimento, da sua sobrevivência e intensificação espiritual e não física." 


Espero que o texto tenha sido esclarecedor. Estamos numa mudança de paradigmas e as parcerias espirituais serão o paradigma do futuro. 

Mesmo para os que são casados, podem (devem) introduzir no arquétipo do casamento a dinâmica do arquétipo da parceria espiritual. 

Será através destas mudanças que evoluiremos como almas e enquanto humanidade. 

Qual é o principal propósito da tua relação, casamento, parceria? 

Crescimento espiritual mutuo ou sobrevivência, estabilidade, amparo, segurança?



Sê feliz! 

Abraça a Vida! 


terça-feira, 4 de junho de 2013

Porque nada acontece, quando nada acontece?...


Porque razão todos temos uma opinião de como as coisas deveriam acontecer, às vezes até com bastante detalhe, mas no fim nada de novo acontece?

É mais ou menos assim:

Existem apenas 4 pessoas para fazer as coisas acontecer. E elas chamam-se:
Cada Um, 
Alguém, 
Qualquer Um e 
Ninguém.

"Cada Um pensa que Alguém vai tratar do assunto.Qualquer Um podia tratar do assunto, mas Ninguém o faz. Tendo conhecimento disto, Alguém fica zangado porque a responsabilidade devia ser de Cada UmCada Um pensava que Qualquer Um podia fazer o que era necessário, mas Ninguém percebeu que Cada Um faltou ao seu compromisso. No fim, Cada Um critica Alguém, enquanto Ninguém fez aquilo que Qualquer Um podia ter feito."

Ou seja, estamos sempre à espera que sejam outros e não nós, a criar e implementar soluções ou resolver problemas. E quando isso não acontece ficamos zangados, criticamos e queixamos-nos mas nada fazemos para mudar as coisas.

Porque é que isto acontece? Porque não sabemos quem somos. Achamos sempre que somos demasiado insignificantes para fazer algo importante. Contamos sempre com aqueles que julgamos mais sábios, mais experientes, mais velhos, mais poderoso, mais ricos, com mais diplomas...

Grande parte desta distorção vem do nosso conceito errado à cerca de Deus. Acreditamos que estamos separados de Deus e que Deus até pode ser Omnipotente, Omnisciente e Omnipresente mas está lá longe, algures no Paraíso Celeste, e nós aqui abandonados à nossa sorte, contando apenas com parcos recursos e poucas ou nenhumas soluções.

Nada disto poderia estar mais errado. Em primeiro lugar Deus não está fora do Universo. Deus não é o Universo. Deus contém o Universo e está para além dele.

Se Deus contém o Universo, e tudo o que existe no Universo, nós estamos incluídos, boa? Logo, nós somos parte de Deus e temos os seus atributos, à escala humana, claro (é isto que significa a expressão: "fomos criados à imagem e semelhança de Deus"). 

Dizendo de outra forma: - Deus é o oceano e nós somos as gotas. Cada gota contém em si os atributos e qualidades do oceano na proporção de uma gota. O que seria do oceano, se todas as gotas quisessem viver fora do oceano? Ou seja, a ideia de que estamos separados de Deus não faz sentido. Não poderíamos sequer existir se assim fosse.

Nós somos prolongamentos de Deus (como os dedos são prolongamentos da mão) não podemos estar separados de Deus nem uns dos outros. Logo, todos somos seres divinos, todos somos importantes para o todo e como todos somos diferentes, todos temos algo único com que contribuir.

Além disso, como somos seres divinos à imagem e semelhança de Deus, todos somos co-criadores com Deus. Todos estamos a co-criar a realidade em que vivemos. Como? com as nossas escolhas e os nossos pensamentos. Sobretudo com os nossos pensamentos à cerca de nós próprios, à cerca da vida e à cerca de Deus.

Aquilo em que acreditamos e em que nos focamos torna-se, literalmente, a nossa realidade. Por isso, se queremos que algo de novo aconteça, no mundo, na nossa vida ou no país, temos de mudar as nossas crenças. A começar pela crença de que somos demasiado insignificantes para fazer qualquer mudança significativa. Depois convinha descobrirmos os nossos talentos e dons e pô-los em acção no nosso dia-a-dia. Se Cada Um fizer a sua parte, Todos beneficiam  e Ninguém reclama de Qualquer Um.

Ao percebermos que somos criadores da nossa realidade, percebemos também que temos uma grande responsabilidade nessa realidade. Realidade essa, que só irá mudar quando nós mudarmos, porque somos nós que estamos a conduzir o processo, ainda que não tenhamos consciência disso. Ao não termos consciência de que somos criadores à imagem e semelhança  de Deus, estamos quase sempre a criar aquilo que não queremos e depois queixamos-nos ou até culpamos Deus pelo que nos acontece. Deus deu-nos o livre arbítrio para criarmos o que quisermos. Cabe-nos a nós aprender a usá-lo da melhor forma possível, através das nossas escolhas, pensamentos, crenças e acções. 

Vamos supor que alguém te ofereceu em criança, uma pulseira mágica. Essa pulseira é activada pelos teus pensamentos e tem o poder de os tornar realidade. Como te esqueceste de como funciona a pulseira não estás a usá-la correctamente. Assim, cada vez que pensas: "eu não presto", "eu não consigo", "eu não tenho dinheiro suficiente", "eu sou fraco", "eu estou desesperado", "eu não importo"...etc..., estás a activar a pulseira, que te devolve exactamente a realidade que estás a criar com os teus pensamentos e crenças à cerca de ti próprio. Não seria bom aprenderes a usar a pulseira de forma eficaz na tua vida? 

Contudo, não podemos estar à espera que todos mudem. A mudança deve ser individual antes de se tornar colectiva.

Como disse Ghandi:  "Sê a mudança que queres ver no mundo"!

Conhece-te a ti mesmo
Descobre-te
Ama-te 

Abraça a Vida 

terça-feira, 26 de março de 2013

Amor Vs Medo



Existem apenas duas emoções originais: o amor e o medo. Todas as outras são derivadas destas. Assim, falarei aqui um pouco de cada uma delas para percebermos como estas duas emoções influenciam todo o comportamento humano neste planeta.


O medo:

O medo é o responsável por todas as guerras no mundo. Quaisquer que sejam os motivos aparentes de uma guerra, o que está por detrás dela é sempre o medo.

Vamos dar o exemplo das guerras pelo domínio do território, o que lhes está subjacente é o medo de não se ser um líder ou um país suficientemente poderoso, respeitado, conhecido ou reverenciado;

Guerras pelo controlo do petróleo são baseadas no medo da escassez; no medo de que a Terra não tenha recursos suficientes para todos; no medo da mudança para outras fontes de energia; no medo de abandonar um certo estilo de vida;

Guerras religiosas são baseadas no medo do que é diferente, no medo do desconhecido, no medo de não ser único e especial; no medo da critica; no medo de ser rejeitado face a uma oferta diversificada;

Na economia mundial o medo também é a emoção dominante, presente na especulação; na busca do lucro a qualquer custo e finalmente, no ambiente consumista em que vivemos. Na base está o medo de não ter o suficiente. Muitas vezes esta ânsia por “TER” é uma forma de preencher o vazio existencial da falta de amor. Não necessariamente do amor de outros mas da ligação à fonte interna do amor.

Na politica actual, o medo está presente em todas as suas formas, onde se acredita que para governar é preciso manter as massas sob controlo como medida de protecção contra rebeliões e contestações. É assim que se criam regras e condutas não explicitas mas suficientemente inculcadas nos cidadãos e suficientemente rígidas para os manter “na linha”. Em troca oferecem-se alguns benefícios, como férias e entretenimentos, que servem de “pontos de fuga” das pressões acumuladas, mantendo a ordem que os governantes pretendem. Na verdade todos os líderes políticos são pessoas cheias de medo ao ponto de congeminarem “estratégias” para se protegerem do chamado “cidadão livre” pois esse é a sua principal ameaça.  

Também nas relações pessoais o medo é muitas vezes a emoção predominante, sobretudo quando encontramos alguém com um ego exacerbado. Vamos imaginar um patrão, um marido ou um pai extremamente autoritário que grita com todos, que impõe a sua visão aos outros, que não admite criticas nem negociações. Esta é uma pessoa profundamente tolhida pelo medo. É alguém cuja falta de segurança em si mesmo o leva a pensar que só existem duas formas de viver: dominar ou ser dominado, e por isso opta pela primeira como forma de auto-protecção. No fundo é alguém muito inseguro de si próprio e do seu próprio valor, que acredita, inconscientemente, que a partilha amorosa com os outros é um acto de subjugação que poderá levar à dissolução da sua identidade.
Na realidade é alguém que precisa muito de amor mas perdeu a sua ligação com a fonte interna desta emoção.


O amor:

O amor é basicamente a emoção que nos permite estar vivos. É a cola que une todos os seres e todas as coisas no universo, ao passo que o medo apenas divide.

Uma realidade inteiramente baseada no amor nunca permitiria a existência da guerra, da fome, da miséria, da destruição dos ecossistemas….

Numa realidade baseada inteiramente no amor, existiria a consciência de que o planeta em que vivemos é um ser vivo em estreita ligação connosco, que nos acolhe e nos oferece tudo o que precisamos para viver de forma sustentável, sem qualquer necessidade de abusos de poder, de destruição ou de sobre-exploração de recursos. O amor, e tudo o que nele se baseia, é abundante e exponencial.

Um ser humano totalmente preenchido de amor não receia os outros, vê os outros como iguais e associa-se em esforços de cooperação e não de protecção, defesa, ou ataque.

Está fácil de ver que vivemos há milhares de anos sob o paradigma do medo e só isso explica como chegámos aqui. Por isso nunca é demais dizer que o amor é a principal forma de cura que temos à nossa disposição. 

Infelizmente há ainda quem acredite que o amor é a emoção dos fracos. Mas não, o amor é a emoção dos que são fortes e corajosos; o medo, esse sim, é a emoção dos fracos, covardes e sem carácter, que precisam dominar, manipular ou destruir para se sentirem alguém.

E tu? qual é a emoção que preenche a tua vida?

Sem medos,

Abraça a Vida!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

O propósito da vida - uma explicação

Imagem do filme "The Fountain", que aconselho vivamente.

No seguimento do post anterior, pareceu-me por bem clarificar um pouco o tema pois não é um tema light que possa ser tratado levianamente. Aliás, acho que o “propósito da vida” deveria ser ensinado nas escolas. Se fosse, acredito que hoje viveríamos num mundo melhor para todos.

A forma como vejo as coisas é mais ou menos assim:

Nós somos como diamantes em bruto. Diamantes que na sua essência são perfeitos mas que precisam ser lapidados para passarem a reflectir essa mesma perfeição.

Assim, vamos caminhando na roda das encarnações (ou Samsara em sânscrito) enquanto desempenhamos sucessivamente os mais diversos papeis: pai, filho, patrão, empregado, homem, mulher, rico, pobre, aventureiro, artista, casado, solteiro, doente, saudável… enfim, todos os papeis que pelas suas características nos possam ensinar algo novo. A questão é que, à primeira vista pode parecer que esse algo que devemos aprender é sobre a natureza humana, mas não. O que viemos aprender e aperfeiçoar é mais profundo. É do domínio da alma.

A nossa personalidade exterior (persona) funciona como uma máscara para lidarmos com o meio envolvente. É através dela que também recebemos as influências desse mesmo meio. Mas aquilo que se pretende atingir (melhorar, aperfeiçoar) é a personalidade da alma. Ao fazermos isto as mudanças produzidas começam a transparecer e a irradiar através da personalidade exterior, mas este processo deve ocorrer sempre de dentro para fora e não o contrário.

É muito diferente ser simpático porque essa já é a minha natureza interna, e ser simpático apenas à superfície, com o objectivo de atingir algum fim meramente egoico.

Por isso, acredito que os papéis que desempenhamos nas nossas vidas, não são em si mesmo o nosso propósito de vida nem devem com ele ser confundidos. Os papéis são o meio através do qual temos acesso a mais conhecimento para aplicarmos à nossa transformação interna.

Vou usar uma metáfora para tentar exemplificar melhor o que pretendo dizer:

A alma é o actor, a personalidade é o personagem, o meio em que se está inserido é o cenário, a própria vida é o palco e os papeis que desempenhamos são o veículo de aprendizagem – para quem? Para a alma que é o actor.

É o actor que deve ser transformado e ao ser transformado isso reflecte-se na sua actuação.

Vou dar o exemplo de uma mãe cujo filho é deficiente motor. A sua alma veio aprender o dom da aceitação, da humildade, do amor incondicional….Se ela colocou o papel de mãe como objectivo/propósito de vida vai-se sentir defraudada, frustrada e revoltada porque não era aquilo que tinha em mente quando pensou no papel de mãe. Perde assim todas as lições valiosas que poderia aprender. Além disso, como a sua alma (actor) não se transformou positivamente com a experiência, a sua actuação no papel de mãe (personalidade) vai deixar muito a desejar.

Posto isto, e voltando à questão do propósito de vida, não viemos à Terra para sermos "isto ou aquilo" mas para aprendermos com todas as experiências que "ser isto ou aquilo" nos proporcionam. E quanto mais rapidamente aprendermos, mais rapidamente sairemos da roda das encarnações e passaremos a evoluir em outros patamares mais elevados.

Há almas, que pelo simples facto de não perceberem algo tão simples como "qual é o propósito da vida", passam vidas e vidas a repetir os mesmos padrões e as mesmas lições, como alunos repetentes que nunca passam de ano. É por causa disto que ainda temos assassinos, ladrões, terroristas, corruptos e por aí adiante;

É por causa disto que ainda temos tanta gente, mais interessada em falar da vida alheia do que em tratar da sua própria vida e da sua própria evolução como alma;
  
É por cauda disto que a maioria se preocupa apenas com questões mundanas e comezinhas, sem dedicar mais do que um breve pensamento ao significado da vida. 

Outros ainda, acreditam que a sua missão é deixar obra, como edifícios, monumentos, catedrais, grandes empresas.... para que o seu nome seja lembrado após a morte. 

Quem é que pára para pensar no que veio cá fazer, antes de traçar um rumo para os seus passos?

Já imaginaram como seria o mundo se ensinassem a todas as crianças algo tão simples como "o propósito da vida é a evolução da alma"?

Ao nível da alma, intuitivamente, todos nós sabemos quais os papeis, cenários e companheiros de aventura que melhor nos servem para a nossa evolução. Mas somos desde logo travados por pais, amigos, professores e familiares que acham sempre saber o que é melhor para nós. Ensinam-nos de pequeninos a dar ouvidos à razão e não à intuição.

Nesta sociedade em que vivemos, regra geral, somos “aconselhados” a mover-nos em direcção ao dinheiro, à carreira, ao status, à fama….deixando pelo caminho aquilo que nos trouxe cá.

Outra coisa fundamental, que deveria ser ensinada nas escolas, é que a reencarnação é real. Não é uma história da carochinha. Lá porque houve um papa (Virgílio) que, a mando do imperador romano da altura (Justiniano), aquando do Concílio de Constantinopla, retirou da bíblia todas as referências à reencarnação, não significa que ela tenha deixado de existir.

Se todos estivessem conscientes de que a vida não acaba com a morte, e de que o que fazemos numa vida condiciona as vidas futuras, não seria tudo diferente?

Há muito quem pense que até pode danificar o planeta a ponto de ele ficar moribundo porque não vai estar cá nessa altura. Mas e se soubessem de antemão que não é assim? Se soubessem que as gerações futuras são eles próprios em outros corpos? O caso mudaria de figura, não?

Voltando à metáfora do teatro, o que se passa aqui na Terra não é mais do que uma peça de teatro. O actor nunca morre, só morre a personagem. Quando cai o pano, a vida continua do outro lado e somos chamados a fazer o balanço da nossa actuação. Não é punição, é tomada de consciência.

Mas…. será que precisamos morrer para descobrir o que é que andávamos aqui a fazer?

Pense nisso!


Seja feliz,

Abrace a Vida!


quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Qual é o propósito da vida?



Qual é o propósito da vida?

Já pensou mais do que 10 segundos sobre esta questão? E que resposta deu a si próprio? Desafio-o a pensar comigo sobre algumas das possíveis respostas:

1 – Ter filhos – esta parece-me muito comum, então vamos analisá-la um pouco. Ter filhos pode de facto trazer-nos felicidade, maior compreensão em relação aos nossos pais e com ela mais maturidade, e pode dar-nos uma certa noção de poder: o poder de gerar uma vida. Filho é aquela coisa que saiu de mim, logo é algo meu. Ora bem, para além da perpetuação da espécie (que não está em vias de extinção, antes pelo contrário) e do crescimento pessoal adquirido por se tornar pai ou mãe, que propósito estou a alimentar? Simples, estou a alimentar o ego.

2 –  Gerar riqueza material – este é sem dúvida o propósito de muitos mas para que serve? Imaginemos que eu gero uma fortuna de biliões, vivo numa mansão, tenho vários Ferraris, viajo pelo mundo inteiro e dou emprego a muita gente (com salários baixos, claro). Quando morrer deixo a fortuna para os filhos que a irão destruir ou aumentar e assim sucessivamente. O dinheiro fica na família, os empregados continuam pobres e eu desfrutei o mais que pude até ter o ataque cardíaco fatal. Depois de eu morrer constata-se que o mundo não ficou melhor com a minha passagem. Que propósito alimentei? Simples, o ego.

3 – Sobreviver até ser muito velho – Pergunta: para quê? Com que objectivo? Há prémios para os que duram mais tempo? Que propósito é este? Simples, o ego

4 – Tirar 3 licenciaturas, mestrado, doutoramento…em suma, acumular conhecimento para aplicar numa carreira, contribuir para o progresso do mundo, ensinar os mais novos….Tudo fantástico. Há séculos e resmas de gente a fazer isto. Pergunta: O mundo melhorou? Acabámos com a guerra? Acabámos com a fome e pobreza extrema? Temos saneamento, cuidados de saúde e educação acessíveis a todos? Não? Então que propósito é este? Simples, ego.

5 – Viajar muito para conhecer o mundo – Ouça lá, você vai morrer um dia, mesmo que haja vida depois da morte acha que os anjos estão interessados na sua descrição do planeta? – Ego

Bom, e podíamos continuar como se não houvesse amanhã….

Então pergunta você, e pergunta bem - qual é o propósito da vida? Resposta: simples, despertar o espírito.

O ego deve ser o servo, o espírito deve ser o senhor!

“Nós somos seres espirituais a ter uma experiência humana” e não o contrário.

A nossa primeira missão aqui é relembrar isto. Depois que tivermos isto bem presente vamos perceber que o único propósito da vida verdadeiramente válido para guiar os nossos passos em tudo o que fazemos, dizemos e pensamos é: ~

“Tornarmo-nos na melhor versão possível de nós mesmos”

- Se sou egoísta, torno-me altruísta
- Se sou corrupto, torno-me honesto
- Se sou mentiroso, torno-me praticante da verdade
- Se sou preguiçoso, torno-me activo
- Se sou fofoqueiro, deixo os outros em paz
- Se sou vingativo, torno-me compassivo
- Se maltrato outros seres (humanos ou animais), torno-me bondoso

- Se já sou muito bom, torno-me melhor…porque a perfeição não existe mas existe o caminho para ela. Tudo pode ser melhorado.

Enquanto estiver a fazer isto (conhecer-se e aperfeiçoar-se) pode ter filhos, pode viajar, pode estudar, pode gerar riqueza, pode cuidar da saúde….tudo o que quiser, mas não diga que isso é o propósito da vida. Isso são formas de por em prática o seu propósito de vida.

Assim, se eu me estou a tornar compassivo e bondoso e em simultâneo tenho a oportunidade de viajar, posso praticar o bem por onde passar;

Se sou egoísta e me estou a tornar altruísta e em simultâneo gerei muita riqueza, posso dividi-la com quem precisa mais do que eu, de forma justa e promovendo a dignidade;

Percebeu a ideia?

Primeiro o espírito, depois a matéria.

O espírito é a tinta com que viemos equipados e que temos de re-descobrir, a matéria é a tela em branco que o Universo nos oferece para expressarmos os dons do espírito.

Com isto podemos pintar belíssimos quadros ou fazer grandes borrões.

Que cores e formas tem o quadro que está a pintar neste momento? ;-)

Seja feliz

Abrace a vida!