sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Vida...


O que é a Vida?

Há quem considere que a Vida é apenas constituída por aquilo que os cinco sentidos podem captar. Que nada mais existe. Há quem considere que viver é uma sucessão de actos mais ou menos automáticos, desde o acordar, trabalhar, comer, divertir, dormir… e depois, um dia, morre-se. FIM!

A este modo de ver e viver a Vida, Étienne Guillé chamou, o ciclo do “Produzir-Consumir-Morrer”.

Será apenas isso a Vida? Não haverá em vez disso, um sentido muito mais elevado para tudo o que experienciamos?  

Olho em redor e vejo falta de profundidade nos olhares e falta de conteúdo nas conversas. Vejo um existir desenraizado, assente apenas em premissas imediatistas, materialistas, e egocêntricas. Vejo superficialidade.  Vejo descrença e cepticismo: a maioria das pessoas que conheço não acredita em milagres. Porém, a Vida por si só, é o maior de todos os milagres. Os cientistas hoje, já conhecem muitos dos processos da Vida e sabem COMO funcionam, contudo, ainda não conseguiram responder a uma pergunta fundamental: PORQUÊ? Porque é que há Vida? Porque é que há TUDO e não o NADA absoluto?
Porque é que existem planetas, galáxias e sistemas solares? Porque é que nós existimos? Porque é que estamos aqui?...

Ainda que não consigamos responder a estas questões, pensar sobre elas dá-nos perspectiva. Dá-nos um olhar diferente sobre a existência. Dá-nos profundidade. Dá-nos a noção de que somos parte de um TODO muito maior que nós e que quase não compreendemos. Em última instância dá-nos humildade. 

Por isso, acredito, que a vida não se esgota nos verbos FAZER, GANHAR, COMPRAR, COMER, POSSUIR, CONQUISTAR, ATINGIR…

Vejo a Vida como um mistério que me deslumbra todos os dias e vivo a vida como um estágio de enriquecimento e crescimento pessoal, que acontece através de todas (boas e menos boas) as experiências e interacções que vou vivenciando.

Podemos viver a vida em piloto automático e em linha recta em direcção à morte ou, pelo contrário, podemos viver tudo o que nos acontece numa gratidão e deslumbramento constantes, saboreando, questionando, aprendendo, crescendo…

Oscar Wilde disse que: “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.”

Quantos seres humanos não consomem os seus dias a pensar na próxima tarefa, nos ingredientes para o próximo jantar ou nas fofocas mais recentes? Qual é o crescimento que poderão alcançar com estes pensamentos?

Claro que precisamos executar tarefas relacionadas com a nossa sobrevivência, segurança, conforto e entretenimento. Faz parte do simples facto de se existir. Contudo, se a nossa vida se resume a actividades triviais e entretenimentos medíocres, estamos de facto, apenas, à espera da morte.

Mas para termos uma visão mais ampla da Vida “é preciso sair da ilha para ver a ilha”.
Há a propósito disto, uma anedota muito engraçada: um peixe do mar cruza-se com outro peixe e cumprimenta: - Olá, que tal está hoje a água? e diz o outro: - Qual água?

Ou seja, é preciso sair um pouco fora do nosso elemento e criar algum distanciamento em relação ao ram-ram de todos os dias, para vermos onde estamos e para além disso.

Os astronautas que puderam observar o planeta Terra a partir do espaço vieram transformados dessa experiência. Mas não é preciso ir ao espaço para dedicarmos um mínimo do nosso tempo a contemplar e a apreciar os mistérios da Vida, a crescer um pouco a cada novo acontecimento e a intuir a gigantesca rede de conexões da qual fazemos parte. E isso é o que nos dá conteúdo interior profundidade de espirito.

A nossa mente permite-nos elasticidade suficiente para, ao mesmo tempo que vivemos a vida de todos os dias, ampliarmos a nossa visão da existência. Mas como vivemos num mundo de opostos, haverá sempre quem morra porque estava vivo e quem morra porque nunca viveu.

Cabe a cada um de nós escolher o epitáfio que gostaria de ter gravado na lápide do seu túmulo.

Pense nisso!

Seja feliz,

Abrace a Vida!

quarta-feira, 5 de março de 2014

O Eterno Momento do Agora...


O fato-e-gravata mais a pasta-do-portátil, saem para a rua todas as manhãs, para mais um dia de trabalho. Depois encontram-se com outros fatos-e-gravatas e fazem reuniões intermináveis, tediosas e inconclusivas.

No final do dia, os fatos-e-gravatas entram nas suas caixas-de-metal-sobre-rodas, e voltam para as suas caixas-de-cimento para passar a noite. Por norma, comem mais um bife com ovo e batatas fritas e depois estendem-se no sofá, a olhar para uma caixa-preta, de onde saem imagens e sons alienantes e impregnados de superficialidade. Cinzento, tudo cinzento até que são horas de fechar os olhos e desligar a ficha para recarregar a bateria para o dia seguinte.

Ouve-se o alarme do despertador e de novo o ciclo repete-se, excepto pelo facto de a gravata hoje ser de outra cor. Uma cor qualquer que combine com cinzento.

Assim se passam dez, vinte, trinta anos e o único arco-íris que aparece esporadicamente, acontece uma vez por ano, quando o fato-e-gravata dá lugar aos calções-e-havaianas e ruma em direcção às praias de Punta Cana.

Num belo dia, tão cinzento como os outro, o fato-e-gravata cai redondo no chão e ouvem-se ao longe as sirenes de uma ambulância. Vai a caminho do hospital. Ao que parece o coração não aguentou tantos anos de cinzento e teve um ataque.

Na cama de hospital, agora com a humildade de uma bata-aberta-atrás, e sem qualquer roupa-interior. Respirando por um tubo e vendo a vida presa por um fio que oscila a verde num monitor, o ex-fato-e-gravata pensa finalmente nos seus dias cinzentos, e questiona se não haverá mesmo outras cores com que os pintar.

O ex-fato-e-gravata quer agarrar-se a algo que o eleve daquele leito com cheiro a morte mas não encontra nada. No mais recôndito da sua mente passa apenas um filme mudo, entediante e em tons de cinzento.

O tempo! O que é que eu fiz com o tempo? - pergunta finalmente em desespero. O tempo limitou-se a passar sem que ele o notasse até ser tarde de mais.

E foi então que percebeu… a vida acontece-nos a cada instante. A vida não pode ser adiada para usufruir mais tarde, quando der mais jeito. É preciso estar presente no presente e em cada momento. Criar laços, dar abraços, brincar… sorrir, divertir, chorar… E chora. Chora pela primeira vez desde que tinha sete anos e esfolou um joelho. Já esquecera o sabor salgado das lágrimas, que agora o faz sentir-se vivo como há muito não se sentia.


Ás vezes, a Vida não tem outra opção, a não ser atirar-nos ao chão, para que lhe prestemos a devida atenção.

Alguns, ainda vão a tempo de se levantarem, outros, estão tão danificados que se tornaram irrecuperáveis.

E tu? De que estás à espera para começar a viver?

Sê feliz,

Abraça a Vida!

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Maturidade...



Na nossa sociedade, assume-se por imaturidade o não cumprimento das leis e normas sociais, a falta de compromisso ou a fraca capacidade de honrar compromissos; não ter emprego fixo e saltitar de emprego em emprego; viver em casa dos pais até aos 40; viajar à boleia sem rumo...enfim, considera-se imaturo aquele que não se ajusta às nossas leis e expectativas sociais. 

A maturidade, enquanto característica e estatuto, é então atribuída àquele que cumpre (aparentemente) as leis e preceitos sociais e morais; que tem e gere uma família; que tem um emprego fixo, uma carreira; que obedece aos seus superiores mesmo que não concorde; que seja assíduo e que honre os seus compromissos sejam eles sociais, familiares ou profissionais; que não muda frequentemente de ideias e que seja constante e equilibrado nos seus comportamento e discurso.

Vou agora dar-vos outras definições de imaturidade e maturidade, respectivamente:

Imaturidade
- Acreditar que o Universo surgiu de um Big Bang sem nenhuma outra causa aparente,
- Acreditar que somos descendentes dos macacos,
- Acreditar que não existe nada depois da morte,
- Acreditar que não existe reencarnação,
- Acreditar que não existe a Lei do Karma,
- Acreditar que não existe um Criador, 
- Acreditar que somos os donos e senhores deste planeta,
- Acreditar que não existem outros seres no Universo,
- Acreditar que somos donos da Verdade Absoluta,
- Acreditar que não há consequências para a inveja, a manipulação, a maledicência, a maldade, o rancor, o egoísmo, o egocentrismo, o julgamento; desde que eu aparente ser "normal", porque quando morrer acaba-se tudo, adormeço no esquecimento infinito, e ninguém me vai cobrar pelas minhas falhas. 
- Acreditar que não existe Justiça Divina.
- E finalmente, acreditar que ter maturidade é cumprir as leis dos homens e não, cumprir as Leis Divinas.

Maturidade
- Maturidade é olhar para dentro mais do que se olha para fora,
Ter consciência de que nada somos a não ser seres Criados,
- Construir um templo dentro de si próprio em detrimento de templos exteriores,
- Baixar o volume do ruído da sociedade e dos mass media na nossa vida,
- Ouvir a voz de Deus no nosso coração,
- Se necessário, desobedecer às leis dos homens para respeitar as Leis Divinas,
- Reconhecer-se como um ser imperfeito e buscar aperfeiçoamento,
- Meditar nos seus actos mais do que nos actos alheios,
- Ter consciência das consequências das suas falhas em vidas futuras,
- Praticar o bem pelo bem e não para se vangloriar,
- Amar e respeitar todas as criatura vivas e o planeta,
- Ser humilde,
- E finalmente, ser desapegado de tudo o que é exterior a nós (colocar o ego ao serviço da alma).

Infelizmente, graças a  esta inversão de valores, uma pessoa pode estar "podre" por dentro, mas se a "fachada" estiver bem "maquilhada", assumimos que é uma pessoa com maturidade suficiente, até para nos orientar e dar conselhos. É triste. E mais triste ainda é perceber, como os males do mundo se acabariam num piscar de olhos, se a nossa noção de maturidade se alterasse hoje! Bastava isso!

A verdadeira maturidade é a maturidade espiritual. O mundo dos homens é uma ilusão tão efémera como o nevoeiro.

Na verdade, independentemente de quão "normais" possamos parecer, somos espiritualmente tão imaturos, como crianças a brincar com caixas de fósforos!

Já agora, valeria a pena pensar nisto!

Sejam felizes,

Abracem a Vida!


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Sobre o Amor...



O Amor não é dono de nada nem de ninguém,
não possui, não força, não exige,
O Amor não aflige.

O Amor não convence, age, exerce-se. 
O Amor não manipula, não ludibria, não enlouquece.
O Amor não diminui, não maltrata, não empobrece.
O Amor assume-se e aceita-se com a grandeza de uma prece.

O Amor dá o que tem sem esperar retorno.
O Amor não tem reino nem trono.

O Amor não julga, não mede, não calcula.
O Amor não é o pecado da gula.

O Amor não tem preço,
não tem certo ou errado.
O Amor é como um berço,
onde embalamos o ser amado

O Amor não joga ao gato e ao rato.
O Amor não é chantagem emocional.
O Amor é como um prato, 
onde nos servimos de modo incondicional.

O Amor não é um concurso,
não há vencido e vencedor.
O Amor é apenas Amor.

O Amor não é armadilha para a presa que se quer.
O Amor é rendição ao sentimento que vier.

O Amor não é medo da rejeição. 
O Amor é entrega, por mais que assuste, 
por mais que nos tire o chão.

O avesso do Amor, por outro lado, 
é o contrário.
É milhafre vestido de canário.

O avesso do Amor não traz Luz nem Coração.
O avesso do amor traz dor e desilusão.




Nota Astrológica:
Em tempos de Saturno em Escorpião, é preciso cautela com os jogos manipulativos e os desejos, conscientes ou inconsciente, de possuir e controlar o outro. 

O verdadeiro Amor é outra coisa!


quinta-feira, 27 de junho de 2013

Relacionamentos na Era de Aquário

Foto: Sexualidade Sagrada

A história do casamento no mundo ocidental é pouco conhecida da maioria de nós. Recomendo a este propósito a leitura do livro "Comprometida" de Elizabeth Gilbert. Um livro escrito na primeira pessoa, e fruto de uma investigação pessoal, sobre a historia do casamento no mundo ocidental. São muitas as surpresas que este livro nos oferece, ao desvendar as mais diversas (e contraditórias) funções e significados que o casamento assumiu ao longo da história, servindo os mais diversos propósitos e interesses, consoante a cultura dominante em cada época. Alguns podem mesmo chocar os leitores mais desavisados. 

Outra coisa de que poucos estão conscientes é que, o casamento como o conhecemos, representa um arquétipo de relacionamento, com uma energia e uma EGRÉGORA próprios, cujo "download" é feito de modo inconsciente e automático para dentro da relação. Isto será explicado mais à frente.


Por outro lado, fala-se muito actualmente, de novos relacionamentos. Mas o que significa isto?

Para melhor percebermos, deixo-vos um texto, extraído do livro "O Lugar da Alma" de Gary Zukav:

"Quando falam de um "casamento", por exemplo, invocam uma determinada consciência, uma determinada energia. Quando duas pessoas se casam, tornam-se "marido" e "mulher". "Marido" significa o senhor de uma casa, o chefe de um lar, um gestor. "Mulher" significa uma mulher unida a um homem pelo casamento, a anfitriã de um lar. Por vezes significa uma mulher de estatuto humilde. A relação entre marido e mulher não é igual. Quando duas pessoas se "casam"  e pensam e falam de si próprias como "marido e "mulher", entram nestas consciências e inteligências.

Por outras palavras, a estrutura arquetípica do "casamento" pode ser imaginada como um planeta. Quando duas almas se casam, caem na órbita, ou campo de gravitação, desse planeta e portanto, apesar das suas próprias intenções individuais, assumem as características desse planeta chamado "casamento". Tornam-se parte da evolução da própria estrutura através da sua participação num casamento. 

Um arquétipo é uma ideia humana colectiva. O arquétipo do casamento foi concebido para ajudar à sobrevivência física. Quando duas pessoas se casam, participam numa dinâmica de energia na qual fundem as suas vidas a fim de se ajudarem uma à outra a sobreviver fisicamente. O arquétipo do casamento deixou de ser funcional. Está a ser substituído por um novo arquétipo concebido para auxiliar o crescimento espiritual. Este é o arquétipo da parceria espiritual, ou sagrada.

A premissa subjacente de uma parceria espiritual é um compromisso sagrado entre os parceiros de auxiliarem o crescimento espiritual um do outro. Os parceiros espirituais reconhecem a sua igualdade. Os parceiros espirituais são capazes de distinguir a personalidade da alma e, portanto, são capazes de discutir as dinâmicas entre si, as suas interacções, numa base emocionalmente menos restrita do que maridos e mulheres. Essa base não existe no âmbito da consciência do casamento. Só existe no âmbito da consciência da parceria espiritual porque os parceiros espirituais conseguem ver claramente que há de facto uma razão mais profunda para estarem juntos, e que essa razão tem muito a ver com a evolução das suas almas. 

Dado que os parceiros espirituais, ou sagrados, conseguem ver a partir desta perspectiva, praticam uma dinâmica muito diferente da de maridos e mulheres. A evolução consciente da alma não faz parte da dinâmica estrutural do casamento. Não existe essa evolução porque quando o arquétipo evolutivo do casamento foi criado para a nossa espécie, a dinâmica do crescimento espiritual consciente era um conceito demasiado desenvolvido para ser incluído. O que faz uma parceria espiritual ou sagrada, é que as almas nessa parceria compreendem que estão juntas numa relação comprometida, mas o compromisso não é de segurança física. É antes estar com a vida física um do outro ao reflectirem consciência espiritual. 

O elo entre parceiros espirituais é tão real como o do casamento, mas por razões substancialmente diferentes.  Os parceiros espirituais não estão juntos para mitigar os receios financeiros um do outro ou para poderem ter uma casa num bairro residencial e todo esse enquadramento conceptual. A compreensão ou consciencialização que os parceiros trazem para o seu compromisso é diferente, portanto, esse compromisso é dinamicamente diferente. O compromisso dos parceiros espirituais é para com o crescimento um do outro, reconhecendo que é isso que cada um deles faz na Terra, e que tudo contribui nesse sentido. 

Os parceiros espirituais unem-se com o entendimento de que estão juntos por ser apropriado que as suas almas cresçam em conjunto. Reconhecem que esse crescimento pode levar até ao fim dos seus dias nesta encarnação ou para além disso, ou pode levar seis meses. Não são capazes de dizer se vão estar juntos para sempre. A duração da sua parceria é determinada pelo tempo que for apropriado à sua evolução que estejam juntos. Por mais votos que um ser humano possa fazer, eles não podem evitar que o percurso espiritual expluda e quebre esses votos se o espírito tiver de avançar. É apropriado que os parceiros espirituais permaneçam juntos apenas enquanto crescem juntos. 

A parceria espiritual é uma dinâmica muito mais livre e mais exacta espiritualmente do que o casamento porque os parceiros espirituais se unem a partir de uma posição de espírito e de consciencialização. A forma como os parceiros espirituais fundem e movimentam o seu conceito de parceria é uma questão de livre arbítrio. Desde que reconheçam que trazem as consequências das suas escolhas para a parceria e conheçam o alcance total das suas escolhas, é isso que influencia a maneira e a direcção assumidas pela parceria. 

Os parceiros espirituais empenham-se numa dinâmica de crescimento. O seu compromisso é verdadeiramente uma promessa no sentido do seu próprio crescimento, da sua sobrevivência e intensificação espiritual e não física." 


Espero que o texto tenha sido esclarecedor. Estamos numa mudança de paradigmas e as parcerias espirituais serão o paradigma do futuro. 

Mesmo para os que são casados, podem (devem) introduzir no arquétipo do casamento a dinâmica do arquétipo da parceria espiritual. 

Será através destas mudanças que evoluiremos como almas e enquanto humanidade. 

Qual é o principal propósito da tua relação, casamento, parceria? 

Crescimento espiritual mutuo ou sobrevivência, estabilidade, amparo, segurança?



Sê feliz! 

Abraça a Vida! 


terça-feira, 4 de junho de 2013

Porque nada acontece, quando nada acontece?...


Porque razão todos temos uma opinião de como as coisas deveriam acontecer, às vezes até com bastante detalhe, mas no fim nada de novo acontece?

É mais ou menos assim:

Existem apenas 4 pessoas para fazer as coisas acontecer. E elas chamam-se:
Cada Um, 
Alguém, 
Qualquer Um e 
Ninguém.

"Cada Um pensa que Alguém vai tratar do assunto.Qualquer Um podia tratar do assunto, mas Ninguém o faz. Tendo conhecimento disto, Alguém fica zangado porque a responsabilidade devia ser de Cada UmCada Um pensava que Qualquer Um podia fazer o que era necessário, mas Ninguém percebeu que Cada Um faltou ao seu compromisso. No fim, Cada Um critica Alguém, enquanto Ninguém fez aquilo que Qualquer Um podia ter feito."

Ou seja, estamos sempre à espera que sejam outros e não nós, a criar e implementar soluções ou resolver problemas. E quando isso não acontece ficamos zangados, criticamos e queixamos-nos mas nada fazemos para mudar as coisas.

Porque é que isto acontece? Porque não sabemos quem somos. Achamos sempre que somos demasiado insignificantes para fazer algo importante. Contamos sempre com aqueles que julgamos mais sábios, mais experientes, mais velhos, mais poderoso, mais ricos, com mais diplomas...

Grande parte desta distorção vem do nosso conceito errado à cerca de Deus. Acreditamos que estamos separados de Deus e que Deus até pode ser Omnipotente, Omnisciente e Omnipresente mas está lá longe, algures no Paraíso Celeste, e nós aqui abandonados à nossa sorte, contando apenas com parcos recursos e poucas ou nenhumas soluções.

Nada disto poderia estar mais errado. Em primeiro lugar Deus não está fora do Universo. Deus não é o Universo. Deus contém o Universo e está para além dele.

Se Deus contém o Universo, e tudo o que existe no Universo, nós estamos incluídos, boa? Logo, nós somos parte de Deus e temos os seus atributos, à escala humana, claro (é isto que significa a expressão: "fomos criados à imagem e semelhança de Deus"). 

Dizendo de outra forma: - Deus é o oceano e nós somos as gotas. Cada gota contém em si os atributos e qualidades do oceano na proporção de uma gota. O que seria do oceano, se todas as gotas quisessem viver fora do oceano? Ou seja, a ideia de que estamos separados de Deus não faz sentido. Não poderíamos sequer existir se assim fosse.

Nós somos prolongamentos de Deus (como os dedos são prolongamentos da mão) não podemos estar separados de Deus nem uns dos outros. Logo, todos somos seres divinos, todos somos importantes para o todo e como todos somos diferentes, todos temos algo único com que contribuir.

Além disso, como somos seres divinos à imagem e semelhança de Deus, todos somos co-criadores com Deus. Todos estamos a co-criar a realidade em que vivemos. Como? com as nossas escolhas e os nossos pensamentos. Sobretudo com os nossos pensamentos à cerca de nós próprios, à cerca da vida e à cerca de Deus.

Aquilo em que acreditamos e em que nos focamos torna-se, literalmente, a nossa realidade. Por isso, se queremos que algo de novo aconteça, no mundo, na nossa vida ou no país, temos de mudar as nossas crenças. A começar pela crença de que somos demasiado insignificantes para fazer qualquer mudança significativa. Depois convinha descobrirmos os nossos talentos e dons e pô-los em acção no nosso dia-a-dia. Se Cada Um fizer a sua parte, Todos beneficiam  e Ninguém reclama de Qualquer Um.

Ao percebermos que somos criadores da nossa realidade, percebemos também que temos uma grande responsabilidade nessa realidade. Realidade essa, que só irá mudar quando nós mudarmos, porque somos nós que estamos a conduzir o processo, ainda que não tenhamos consciência disso. Ao não termos consciência de que somos criadores à imagem e semelhança  de Deus, estamos quase sempre a criar aquilo que não queremos e depois queixamos-nos ou até culpamos Deus pelo que nos acontece. Deus deu-nos o livre arbítrio para criarmos o que quisermos. Cabe-nos a nós aprender a usá-lo da melhor forma possível, através das nossas escolhas, pensamentos, crenças e acções. 

Vamos supor que alguém te ofereceu em criança, uma pulseira mágica. Essa pulseira é activada pelos teus pensamentos e tem o poder de os tornar realidade. Como te esqueceste de como funciona a pulseira não estás a usá-la correctamente. Assim, cada vez que pensas: "eu não presto", "eu não consigo", "eu não tenho dinheiro suficiente", "eu sou fraco", "eu estou desesperado", "eu não importo"...etc..., estás a activar a pulseira, que te devolve exactamente a realidade que estás a criar com os teus pensamentos e crenças à cerca de ti próprio. Não seria bom aprenderes a usar a pulseira de forma eficaz na tua vida? 

Contudo, não podemos estar à espera que todos mudem. A mudança deve ser individual antes de se tornar colectiva.

Como disse Ghandi:  "Sê a mudança que queres ver no mundo"!

Conhece-te a ti mesmo
Descobre-te
Ama-te 

Abraça a Vida 

terça-feira, 26 de março de 2013

Amor Vs Medo



Existem apenas duas emoções originais: o amor e o medo. Todas as outras são derivadas destas. Assim, falarei aqui um pouco de cada uma delas para percebermos como estas duas emoções influenciam todo o comportamento humano neste planeta.


O medo:

O medo é o responsável por todas as guerras no mundo. Quaisquer que sejam os motivos aparentes de uma guerra, o que está por detrás dela é sempre o medo.

Vamos dar o exemplo das guerras pelo domínio do território, o que lhes está subjacente é o medo de não se ser um líder ou um país suficientemente poderoso, respeitado, conhecido ou reverenciado;

Guerras pelo controlo do petróleo são baseadas no medo da escassez; no medo de que a Terra não tenha recursos suficientes para todos; no medo da mudança para outras fontes de energia; no medo de abandonar um certo estilo de vida;

Guerras religiosas são baseadas no medo do que é diferente, no medo do desconhecido, no medo de não ser único e especial; no medo da critica; no medo de ser rejeitado face a uma oferta diversificada;

Na economia mundial o medo também é a emoção dominante, presente na especulação; na busca do lucro a qualquer custo e finalmente, no ambiente consumista em que vivemos. Na base está o medo de não ter o suficiente. Muitas vezes esta ânsia por “TER” é uma forma de preencher o vazio existencial da falta de amor. Não necessariamente do amor de outros mas da ligação à fonte interna do amor.

Na politica actual, o medo está presente em todas as suas formas, onde se acredita que para governar é preciso manter as massas sob controlo como medida de protecção contra rebeliões e contestações. É assim que se criam regras e condutas não explicitas mas suficientemente inculcadas nos cidadãos e suficientemente rígidas para os manter “na linha”. Em troca oferecem-se alguns benefícios, como férias e entretenimentos, que servem de “pontos de fuga” das pressões acumuladas, mantendo a ordem que os governantes pretendem. Na verdade todos os líderes políticos são pessoas cheias de medo ao ponto de congeminarem “estratégias” para se protegerem do chamado “cidadão livre” pois esse é a sua principal ameaça.  

Também nas relações pessoais o medo é muitas vezes a emoção predominante, sobretudo quando encontramos alguém com um ego exacerbado. Vamos imaginar um patrão, um marido ou um pai extremamente autoritário que grita com todos, que impõe a sua visão aos outros, que não admite criticas nem negociações. Esta é uma pessoa profundamente tolhida pelo medo. É alguém cuja falta de segurança em si mesmo o leva a pensar que só existem duas formas de viver: dominar ou ser dominado, e por isso opta pela primeira como forma de auto-protecção. No fundo é alguém muito inseguro de si próprio e do seu próprio valor, que acredita, inconscientemente, que a partilha amorosa com os outros é um acto de subjugação que poderá levar à dissolução da sua identidade.
Na realidade é alguém que precisa muito de amor mas perdeu a sua ligação com a fonte interna desta emoção.


O amor:

O amor é basicamente a emoção que nos permite estar vivos. É a cola que une todos os seres e todas as coisas no universo, ao passo que o medo apenas divide.

Uma realidade inteiramente baseada no amor nunca permitiria a existência da guerra, da fome, da miséria, da destruição dos ecossistemas….

Numa realidade baseada inteiramente no amor, existiria a consciência de que o planeta em que vivemos é um ser vivo em estreita ligação connosco, que nos acolhe e nos oferece tudo o que precisamos para viver de forma sustentável, sem qualquer necessidade de abusos de poder, de destruição ou de sobre-exploração de recursos. O amor, e tudo o que nele se baseia, é abundante e exponencial.

Um ser humano totalmente preenchido de amor não receia os outros, vê os outros como iguais e associa-se em esforços de cooperação e não de protecção, defesa, ou ataque.

Está fácil de ver que vivemos há milhares de anos sob o paradigma do medo e só isso explica como chegámos aqui. Por isso nunca é demais dizer que o amor é a principal forma de cura que temos à nossa disposição. 

Infelizmente há ainda quem acredite que o amor é a emoção dos fracos. Mas não, o amor é a emoção dos que são fortes e corajosos; o medo, esse sim, é a emoção dos fracos, covardes e sem carácter, que precisam dominar, manipular ou destruir para se sentirem alguém.

E tu? qual é a emoção que preenche a tua vida?

Sem medos,

Abraça a Vida!