quinta-feira, 27 de junho de 2013

Relacionamentos na Era de Aquário

Foto: Sexualidade Sagrada

A história do casamento no mundo ocidental é pouco conhecida da maioria de nós. Recomendo a este propósito a leitura do livro "Comprometida" de Elizabeth Gilbert. Um livro escrito na primeira pessoa, e fruto de uma investigação pessoal, sobre a historia do casamento no mundo ocidental. São muitas as surpresas que este livro nos oferece, ao desvendar as mais diversas (e contraditórias) funções e significados que o casamento assumiu ao longo da história, servindo os mais diversos propósitos e interesses, consoante a cultura dominante em cada época. Alguns podem mesmo chocar os leitores mais desavisados. 

Outra coisa de que poucos estão conscientes é que, o casamento como o conhecemos, representa um arquétipo de relacionamento, com uma energia e uma EGRÉGORA próprios, cujo "download" é feito de modo inconsciente e automático para dentro da relação. Isto será explicado mais à frente.


Por outro lado, fala-se muito actualmente, de novos relacionamentos. Mas o que significa isto?

Para melhor percebermos, deixo-vos um texto, extraído do livro "O Lugar da Alma" de Gary Zukav:

"Quando falam de um "casamento", por exemplo, invocam uma determinada consciência, uma determinada energia. Quando duas pessoas se casam, tornam-se "marido" e "mulher". "Marido" significa o senhor de uma casa, o chefe de um lar, um gestor. "Mulher" significa uma mulher unida a um homem pelo casamento, a anfitriã de um lar. Por vezes significa uma mulher de estatuto humilde. A relação entre marido e mulher não é igual. Quando duas pessoas se "casam"  e pensam e falam de si próprias como "marido e "mulher", entram nestas consciências e inteligências.

Por outras palavras, a estrutura arquetípica do "casamento" pode ser imaginada como um planeta. Quando duas almas se casam, caem na órbita, ou campo de gravitação, desse planeta e portanto, apesar das suas próprias intenções individuais, assumem as características desse planeta chamado "casamento". Tornam-se parte da evolução da própria estrutura através da sua participação num casamento. 

Um arquétipo é uma ideia humana colectiva. O arquétipo do casamento foi concebido para ajudar à sobrevivência física. Quando duas pessoas se casam, participam numa dinâmica de energia na qual fundem as suas vidas a fim de se ajudarem uma à outra a sobreviver fisicamente. O arquétipo do casamento deixou de ser funcional. Está a ser substituído por um novo arquétipo concebido para auxiliar o crescimento espiritual. Este é o arquétipo da parceria espiritual, ou sagrada.

A premissa subjacente de uma parceria espiritual é um compromisso sagrado entre os parceiros de auxiliarem o crescimento espiritual um do outro. Os parceiros espirituais reconhecem a sua igualdade. Os parceiros espirituais são capazes de distinguir a personalidade da alma e, portanto, são capazes de discutir as dinâmicas entre si, as suas interacções, numa base emocionalmente menos restrita do que maridos e mulheres. Essa base não existe no âmbito da consciência do casamento. Só existe no âmbito da consciência da parceria espiritual porque os parceiros espirituais conseguem ver claramente que há de facto uma razão mais profunda para estarem juntos, e que essa razão tem muito a ver com a evolução das suas almas. 

Dado que os parceiros espirituais, ou sagrados, conseguem ver a partir desta perspectiva, praticam uma dinâmica muito diferente da de maridos e mulheres. A evolução consciente da alma não faz parte da dinâmica estrutural do casamento. Não existe essa evolução porque quando o arquétipo evolutivo do casamento foi criado para a nossa espécie, a dinâmica do crescimento espiritual consciente era um conceito demasiado desenvolvido para ser incluído. O que faz uma parceria espiritual ou sagrada, é que as almas nessa parceria compreendem que estão juntas numa relação comprometida, mas o compromisso não é de segurança física. É antes estar com a vida física um do outro ao reflectirem consciência espiritual. 

O elo entre parceiros espirituais é tão real como o do casamento, mas por razões substancialmente diferentes.  Os parceiros espirituais não estão juntos para mitigar os receios financeiros um do outro ou para poderem ter uma casa num bairro residencial e todo esse enquadramento conceptual. A compreensão ou consciencialização que os parceiros trazem para o seu compromisso é diferente, portanto, esse compromisso é dinamicamente diferente. O compromisso dos parceiros espirituais é para com o crescimento um do outro, reconhecendo que é isso que cada um deles faz na Terra, e que tudo contribui nesse sentido. 

Os parceiros espirituais unem-se com o entendimento de que estão juntos por ser apropriado que as suas almas cresçam em conjunto. Reconhecem que esse crescimento pode levar até ao fim dos seus dias nesta encarnação ou para além disso, ou pode levar seis meses. Não são capazes de dizer se vão estar juntos para sempre. A duração da sua parceria é determinada pelo tempo que for apropriado à sua evolução que estejam juntos. Por mais votos que um ser humano possa fazer, eles não podem evitar que o percurso espiritual expluda e quebre esses votos se o espírito tiver de avançar. É apropriado que os parceiros espirituais permaneçam juntos apenas enquanto crescem juntos. 

A parceria espiritual é uma dinâmica muito mais livre e mais exacta espiritualmente do que o casamento porque os parceiros espirituais se unem a partir de uma posição de espírito e de consciencialização. A forma como os parceiros espirituais fundem e movimentam o seu conceito de parceria é uma questão de livre arbítrio. Desde que reconheçam que trazem as consequências das suas escolhas para a parceria e conheçam o alcance total das suas escolhas, é isso que influencia a maneira e a direcção assumidas pela parceria. 

Os parceiros espirituais empenham-se numa dinâmica de crescimento. O seu compromisso é verdadeiramente uma promessa no sentido do seu próprio crescimento, da sua sobrevivência e intensificação espiritual e não física." 


Espero que o texto tenha sido esclarecedor. Estamos numa mudança de paradigmas e as parcerias espirituais serão o paradigma do futuro. 

Mesmo para os que são casados, podem (devem) introduzir no arquétipo do casamento a dinâmica do arquétipo da parceria espiritual. 

Será através destas mudanças que evoluiremos como almas e enquanto humanidade. 

Qual é o principal propósito da tua relação, casamento, parceria? 

Crescimento espiritual mutuo ou sobrevivência, estabilidade, amparo, segurança?



Sê feliz! 

Abraça a Vida! 


terça-feira, 4 de junho de 2013

Porque nada acontece, quando nada acontece?...


Porque razão todos temos uma opinião de como as coisas deveriam acontecer, às vezes até com bastante detalhe, mas no fim nada de novo acontece?

É mais ou menos assim:

Existem apenas 4 pessoas para fazer as coisas acontecer. E elas chamam-se:
Cada Um, 
Alguém, 
Qualquer Um e 
Ninguém.

"Cada Um pensa que Alguém vai tratar do assunto.Qualquer Um podia tratar do assunto, mas Ninguém o faz. Tendo conhecimento disto, Alguém fica zangado porque a responsabilidade devia ser de Cada UmCada Um pensava que Qualquer Um podia fazer o que era necessário, mas Ninguém percebeu que Cada Um faltou ao seu compromisso. No fim, Cada Um critica Alguém, enquanto Ninguém fez aquilo que Qualquer Um podia ter feito."

Ou seja, estamos sempre à espera que sejam outros e não nós, a criar e implementar soluções ou resolver problemas. E quando isso não acontece ficamos zangados, criticamos e queixamos-nos mas nada fazemos para mudar as coisas.

Porque é que isto acontece? Porque não sabemos quem somos. Achamos sempre que somos demasiado insignificantes para fazer algo importante. Contamos sempre com aqueles que julgamos mais sábios, mais experientes, mais velhos, mais poderoso, mais ricos, com mais diplomas...

Grande parte desta distorção vem do nosso conceito errado à cerca de Deus. Acreditamos que estamos separados de Deus e que Deus até pode ser Omnipotente, Omnisciente e Omnipresente mas está lá longe, algures no Paraíso Celeste, e nós aqui abandonados à nossa sorte, contando apenas com parcos recursos e poucas ou nenhumas soluções.

Nada disto poderia estar mais errado. Em primeiro lugar Deus não está fora do Universo. Deus não é o Universo. Deus contém o Universo e está para além dele.

Se Deus contém o Universo, e tudo o que existe no Universo, nós estamos incluídos, boa? Logo, nós somos parte de Deus e temos os seus atributos, à escala humana, claro (é isto que significa a expressão: "fomos criados à imagem e semelhança de Deus"). 

Dizendo de outra forma: - Deus é o oceano e nós somos as gotas. Cada gota contém em si os atributos e qualidades do oceano na proporção de uma gota. O que seria do oceano, se todas as gotas quisessem viver fora do oceano? Ou seja, a ideia de que estamos separados de Deus não faz sentido. Não poderíamos sequer existir se assim fosse.

Nós somos prolongamentos de Deus (como os dedos são prolongamentos da mão) não podemos estar separados de Deus nem uns dos outros. Logo, todos somos seres divinos, todos somos importantes para o todo e como todos somos diferentes, todos temos algo único com que contribuir.

Além disso, como somos seres divinos à imagem e semelhança de Deus, todos somos co-criadores com Deus. Todos estamos a co-criar a realidade em que vivemos. Como? com as nossas escolhas e os nossos pensamentos. Sobretudo com os nossos pensamentos à cerca de nós próprios, à cerca da vida e à cerca de Deus.

Aquilo em que acreditamos e em que nos focamos torna-se, literalmente, a nossa realidade. Por isso, se queremos que algo de novo aconteça, no mundo, na nossa vida ou no país, temos de mudar as nossas crenças. A começar pela crença de que somos demasiado insignificantes para fazer qualquer mudança significativa. Depois convinha descobrirmos os nossos talentos e dons e pô-los em acção no nosso dia-a-dia. Se Cada Um fizer a sua parte, Todos beneficiam  e Ninguém reclama de Qualquer Um.

Ao percebermos que somos criadores da nossa realidade, percebemos também que temos uma grande responsabilidade nessa realidade. Realidade essa, que só irá mudar quando nós mudarmos, porque somos nós que estamos a conduzir o processo, ainda que não tenhamos consciência disso. Ao não termos consciência de que somos criadores à imagem e semelhança  de Deus, estamos quase sempre a criar aquilo que não queremos e depois queixamos-nos ou até culpamos Deus pelo que nos acontece. Deus deu-nos o livre arbítrio para criarmos o que quisermos. Cabe-nos a nós aprender a usá-lo da melhor forma possível, através das nossas escolhas, pensamentos, crenças e acções. 

Vamos supor que alguém te ofereceu em criança, uma pulseira mágica. Essa pulseira é activada pelos teus pensamentos e tem o poder de os tornar realidade. Como te esqueceste de como funciona a pulseira não estás a usá-la correctamente. Assim, cada vez que pensas: "eu não presto", "eu não consigo", "eu não tenho dinheiro suficiente", "eu sou fraco", "eu estou desesperado", "eu não importo"...etc..., estás a activar a pulseira, que te devolve exactamente a realidade que estás a criar com os teus pensamentos e crenças à cerca de ti próprio. Não seria bom aprenderes a usar a pulseira de forma eficaz na tua vida? 

Contudo, não podemos estar à espera que todos mudem. A mudança deve ser individual antes de se tornar colectiva.

Como disse Ghandi:  "Sê a mudança que queres ver no mundo"!

Conhece-te a ti mesmo
Descobre-te
Ama-te 

Abraça a Vida