quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Solidão ou Solitude?


Hoje em dia, sobretudo nos grandes centros urbanos dos países mais desenvolvidos, viver sozinho é cada vez mais uma realidade. Quer seja por opção ou por força das circunstâncias, a verdade é que muitos vivem sós. Devido a esta tendência, existe uma preocupação crescente com o fenómeno da solidão, em termos sociais. Contudo, viver só, não é necessariamente sinónimo de solidão. Importa por isso esclarecer a diferença entre solitude e solidão:

"Solitude é o estado de privacidade de um pessoa, não significando, propriamente, estado de solidão. Pode representar o isolamento e a reclusão, voluntários ou impostos, porém não diretamente associados a sofrimento."

 "Solidão é um sentimento no qual uma pessoa sente uma profunda sensação de vazio e isolamento."

(definições extraídas da wikipédia)

Viver só, ao contrário do que muitos pensam, é uma realidade com imenso potencial para o individuo, sobretudo ao nível do auto-conhecimento e do desenvolvimento pessoal.

Quando se é a única companhia de si próprio dá-se inicio ao processo de “voltar para dentro”. Um processo que leva, inevitavelmente, à auto-análise, a tornarmo-nos observadores de nós próprios, dos nossos pensamentos, hábitos, julgamentos e acções.
Este pode ser um processo muito rico e criativo, contribuindo para uma maior consciência de quem se é e do impacto que se tem no mundo e, consequentemente, para o auto-aperfeiçoamento que se torna possível a partir daí.

A lagarta só se transforma em borboleta depois de uma fase de reclusão no seu casulo. Do mesmo modo o indivíduo, ao voltar-se para dentro, adquire o potencial de se tornar na melhor versão de si mesmo.

Há algum tempo atrás, conheci uma pessoa que saltitava de relação em relação, pelo simples facto de não conseguir estar sozinho. Inundava-se de pessoas e actividades, vivendo essencialmente na esfera exterior da vida, afastando-se assim da sua natureza interior e, em última instância, da sua alma.

Parece-me que, relações construídas sobre o medo de estar só, não podem ser relações sadias e proveitosas, nem devolvem a pessoa à sua essência mais rica e profunda. Parece-me, pelo contrário, que relações deste tipo, são formas de evitar o auto-confronto, mascaradas de uniões significativas.
São apenas uma fonte de ilusões e por isso, tendem a não ser sólidas nem duradouras, podendo mesmo ser disfuncionais.

Como disse Osho "Você deveria ser capaz de estar só, completamente só e, ainda assim, tremendamente feliz.”