terça-feira, 4 de junho de 2013

Porque nada acontece, quando nada acontece?...


Porque razão todos temos uma opinião de como as coisas deveriam acontecer, às vezes até com bastante detalhe, mas no fim nada de novo acontece?

É mais ou menos assim:

Existem apenas 4 pessoas para fazer as coisas acontecer. E elas chamam-se:
Cada Um, 
Alguém, 
Qualquer Um e 
Ninguém.

"Cada Um pensa que Alguém vai tratar do assunto.Qualquer Um podia tratar do assunto, mas Ninguém o faz. Tendo conhecimento disto, Alguém fica zangado porque a responsabilidade devia ser de Cada UmCada Um pensava que Qualquer Um podia fazer o que era necessário, mas Ninguém percebeu que Cada Um faltou ao seu compromisso. No fim, Cada Um critica Alguém, enquanto Ninguém fez aquilo que Qualquer Um podia ter feito."

Ou seja, estamos sempre à espera que sejam outros e não nós, a criar e implementar soluções ou resolver problemas. E quando isso não acontece ficamos zangados, criticamos e queixamos-nos mas nada fazemos para mudar as coisas.

Porque é que isto acontece? Porque não sabemos quem somos. Achamos sempre que somos demasiado insignificantes para fazer algo importante. Contamos sempre com aqueles que julgamos mais sábios, mais experientes, mais velhos, mais poderoso, mais ricos, com mais diplomas...

Grande parte desta distorção vem do nosso conceito errado à cerca de Deus. Acreditamos que estamos separados de Deus e que Deus até pode ser Omnipotente, Omnisciente e Omnipresente mas está lá longe, algures no Paraíso Celeste, e nós aqui abandonados à nossa sorte, contando apenas com parcos recursos e poucas ou nenhumas soluções.

Nada disto poderia estar mais errado. Em primeiro lugar Deus não está fora do Universo. Deus não é o Universo. Deus contém o Universo e está para além dele.

Se Deus contém o Universo, e tudo o que existe no Universo, nós estamos incluídos, boa? Logo, nós somos parte de Deus e temos os seus atributos, à escala humana, claro (é isto que significa a expressão: "fomos criados à imagem e semelhança de Deus"). 

Dizendo de outra forma: - Deus é o oceano e nós somos as gotas. Cada gota contém em si os atributos e qualidades do oceano na proporção de uma gota. O que seria do oceano, se todas as gotas quisessem viver fora do oceano? Ou seja, a ideia de que estamos separados de Deus não faz sentido. Não poderíamos sequer existir se assim fosse.

Nós somos prolongamentos de Deus (como os dedos são prolongamentos da mão) não podemos estar separados de Deus nem uns dos outros. Logo, todos somos seres divinos, todos somos importantes para o todo e como todos somos diferentes, todos temos algo único com que contribuir.

Além disso, como somos seres divinos à imagem e semelhança de Deus, todos somos co-criadores com Deus. Todos estamos a co-criar a realidade em que vivemos. Como? com as nossas escolhas e os nossos pensamentos. Sobretudo com os nossos pensamentos à cerca de nós próprios, à cerca da vida e à cerca de Deus.

Aquilo em que acreditamos e em que nos focamos torna-se, literalmente, a nossa realidade. Por isso, se queremos que algo de novo aconteça, no mundo, na nossa vida ou no país, temos de mudar as nossas crenças. A começar pela crença de que somos demasiado insignificantes para fazer qualquer mudança significativa. Depois convinha descobrirmos os nossos talentos e dons e pô-los em acção no nosso dia-a-dia. Se Cada Um fizer a sua parte, Todos beneficiam  e Ninguém reclama de Qualquer Um.

Ao percebermos que somos criadores da nossa realidade, percebemos também que temos uma grande responsabilidade nessa realidade. Realidade essa, que só irá mudar quando nós mudarmos, porque somos nós que estamos a conduzir o processo, ainda que não tenhamos consciência disso. Ao não termos consciência de que somos criadores à imagem e semelhança  de Deus, estamos quase sempre a criar aquilo que não queremos e depois queixamos-nos ou até culpamos Deus pelo que nos acontece. Deus deu-nos o livre arbítrio para criarmos o que quisermos. Cabe-nos a nós aprender a usá-lo da melhor forma possível, através das nossas escolhas, pensamentos, crenças e acções. 

Vamos supor que alguém te ofereceu em criança, uma pulseira mágica. Essa pulseira é activada pelos teus pensamentos e tem o poder de os tornar realidade. Como te esqueceste de como funciona a pulseira não estás a usá-la correctamente. Assim, cada vez que pensas: "eu não presto", "eu não consigo", "eu não tenho dinheiro suficiente", "eu sou fraco", "eu estou desesperado", "eu não importo"...etc..., estás a activar a pulseira, que te devolve exactamente a realidade que estás a criar com os teus pensamentos e crenças à cerca de ti próprio. Não seria bom aprenderes a usar a pulseira de forma eficaz na tua vida? 

Contudo, não podemos estar à espera que todos mudem. A mudança deve ser individual antes de se tornar colectiva.

Como disse Ghandi:  "Sê a mudança que queres ver no mundo"!

Conhece-te a ti mesmo
Descobre-te
Ama-te 

Abraça a Vida 

3 comentários:

  1. Grandes verdades, sem dúvida.
    As pessoas vivem em casulos de medo. Nascemos assim, temos medo do desconhecido. Só vencemos esse medo ousando, enfrentando o desconhecido e verificando que, afinal, não há nele monstros escondidos. Vencemos o medo do escuro, e muitos de nós dão-se por satisfeitos com isso. E não só não ousam enfrentar outros medos como penalizam aqueles que o fazem, tornando-se nos monstros que não existem.
    Parece derrotista o meu discurso mas não é: temos de ajudar as pessoas que não agem a passar a fazê-lo. Eu costumo dizer que a Vida é um oceano de oportunidades, só temos de nos mover um pouco para as coisas acontecerem; mas a Vida não nos cai no colo, temos de ir ao encontro dela, temos de nos mover; e para que nos movamos basta o que dizes: pensamento positivo!
    E nem é preciso pensarmos num Deus; basta experimentarmos e logo aprenderemos que assim é. A existência é profundamente complexa, o conceito que temos de Deus é apenas um conceito simples para explicar algo que nos transcende muito; mas certamente um conceito melhor do que o do Acaso, porque esse é incapaz de explicar que as coisas sejam como dizes; e são.

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    1. Olá Alf, obrigada pelo excelente comentário.
      Percebeu perfeitamente onde quis chegar com este post. A questão fulcral é o medo que as pessoas ainda têm do desconhecido e do que é diferente. A outra, que reforça a anterior, é a fraca educação e um quase nulo auto-conhecimento. Muitas pessoas passam pela vida como "imitadores" do que vêm nos outros, totalmente acríticas e robotizadas. Estão adormecidos para a riqueza da Vida e da própria vida interior. Enquanto isso não mudar, enquanto as pessoas continuarem focadas no umbigo e não perceberem que a Vida é de todos, o Planeta é de todos, tudo o que um faz (ou não faz) afecta o todo, continuaremos a viver num mundo de miséria, violência e infelicidade. Esforço-me, não só através dos blogues mas também nos contactos diários, para despertar consciências mas a resistência à mudança é brutal. É muito mais confortável deixar que "outros" decidam sobre como eu devo viver e o que devo almejar na vida e não ambicionar nada mais. Triste mas verdade.

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    2. Olá Fátima,

      Permita que lhe exponha sucintamente a minha opinião sobre a origem e a solução da falta de resposta das pessoas à riqueza da Vida e da própria vida interior, nas suas palavras.

      A última é a única porta para aceder à primeira. Primeiro a autorrealização, depois a ação bem sucedida vem por acréscimo.

      Se concordar e tiver disponibilidade, temos a necessidade de criar na Educação em Portugal Projetos que levem este objetivo para frente, de acordo com o que tem sido organizado em toda a América Latina.

      Gostaria de colaborar connosco?

      Saudações,
      Eduardo Espírito Santo

      http://www.facebook.com/EfeitoMaharishi

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