terça-feira, 26 de março de 2013

Amor Vs Medo



Existem apenas duas emoções originais: o amor e o medo. Todas as outras são derivadas destas. Assim, falarei aqui um pouco de cada uma delas para percebermos como estas duas emoções influenciam todo o comportamento humano neste planeta.


O medo:

O medo é o responsável por todas as guerras no mundo. Quaisquer que sejam os motivos aparentes de uma guerra, o que está por detrás dela é sempre o medo.

Vamos dar o exemplo das guerras pelo domínio do território, o que lhes está subjacente é o medo de não se ser um líder ou um país suficientemente poderoso, respeitado, conhecido ou reverenciado;

Guerras pelo controlo do petróleo são baseadas no medo da escassez; no medo de que a Terra não tenha recursos suficientes para todos; no medo da mudança para outras fontes de energia; no medo de abandonar um certo estilo de vida;

Guerras religiosas são baseadas no medo do que é diferente, no medo do desconhecido, no medo de não ser único e especial; no medo da critica; no medo de ser rejeitado face a uma oferta diversificada;

Na economia mundial o medo também é a emoção dominante, presente na especulação; na busca do lucro a qualquer custo e finalmente, no ambiente consumista em que vivemos. Na base está o medo de não ter o suficiente. Muitas vezes esta ânsia por “TER” é uma forma de preencher o vazio existencial da falta de amor. Não necessariamente do amor de outros mas da ligação à fonte interna do amor.

Na politica actual, o medo está presente em todas as suas formas, onde se acredita que para governar é preciso manter as massas sob controlo como medida de protecção contra rebeliões e contestações. É assim que se criam regras e condutas não explicitas mas suficientemente inculcadas nos cidadãos e suficientemente rígidas para os manter “na linha”. Em troca oferecem-se alguns benefícios, como férias e entretenimentos, que servem de “pontos de fuga” das pressões acumuladas, mantendo a ordem que os governantes pretendem. Na verdade todos os líderes políticos são pessoas cheias de medo ao ponto de congeminarem “estratégias” para se protegerem do chamado “cidadão livre” pois esse é a sua principal ameaça.  

Também nas relações pessoais o medo é muitas vezes a emoção predominante, sobretudo quando encontramos alguém com um ego exacerbado. Vamos imaginar um patrão, um marido ou um pai extremamente autoritário que grita com todos, que impõe a sua visão aos outros, que não admite criticas nem negociações. Esta é uma pessoa profundamente tolhida pelo medo. É alguém cuja falta de segurança em si mesmo o leva a pensar que só existem duas formas de viver: dominar ou ser dominado, e por isso opta pela primeira como forma de auto-protecção. No fundo é alguém muito inseguro de si próprio e do seu próprio valor, que acredita, inconscientemente, que a partilha amorosa com os outros é um acto de subjugação que poderá levar à dissolução da sua identidade.
Na realidade é alguém que precisa muito de amor mas perdeu a sua ligação com a fonte interna desta emoção.


O amor:

O amor é basicamente a emoção que nos permite estar vivos. É a cola que une todos os seres e todas as coisas no universo, ao passo que o medo apenas divide.

Uma realidade inteiramente baseada no amor nunca permitiria a existência da guerra, da fome, da miséria, da destruição dos ecossistemas….

Numa realidade baseada inteiramente no amor, existiria a consciência de que o planeta em que vivemos é um ser vivo em estreita ligação connosco, que nos acolhe e nos oferece tudo o que precisamos para viver de forma sustentável, sem qualquer necessidade de abusos de poder, de destruição ou de sobre-exploração de recursos. O amor, e tudo o que nele se baseia, é abundante e exponencial.

Um ser humano totalmente preenchido de amor não receia os outros, vê os outros como iguais e associa-se em esforços de cooperação e não de protecção, defesa, ou ataque.

Está fácil de ver que vivemos há milhares de anos sob o paradigma do medo e só isso explica como chegámos aqui. Por isso nunca é demais dizer que o amor é a principal forma de cura que temos à nossa disposição. 

Infelizmente há ainda quem acredite que o amor é a emoção dos fracos. Mas não, o amor é a emoção dos que são fortes e corajosos; o medo, esse sim, é a emoção dos fracos, covardes e sem carácter, que precisam dominar, manipular ou destruir para se sentirem alguém.

E tu? qual é a emoção que preenche a tua vida?

Sem medos,

Abraça a Vida!

2 comentários:

  1. É. O medo parece estar na raiz dos grandes e pequenos males.
    Tem um medo que me parece importante: o medo de perder o poder. Os tiranos temem a perda do poder. Mas eles só existem porque há os que os temem e não têm coragem de confrontá-los, ou que, mesmo não acreitando neles, acomodam-se. E há os que compactuam com eles, ou porque têm vantagens ou por serem ignorantes.
    A ignorância não é um mal tão grande quanto o medo?
    Vânia. www.um-olhar-atento.blogspot.com.br

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  2. Fátima,
    Esqueci de elogiar teu texto. Muito bom.
    Realmente um coração preenchido pelo amor não receia os outros.
    Os que pensam que o amor é a emoção dos fracos, têm uma noção do amor feito apenas de apegos, não do amor maior, que transcende o simples sentimentalismo.
    Esta é a cura para a humanidade.
    Um abraço
    Vânia

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