sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Vida...


O que é a Vida?

Há quem considere que a Vida é apenas constituída por aquilo que os cinco sentidos podem captar. Que nada mais existe. Há quem considere que viver é uma sucessão de actos mais ou menos automáticos, desde o acordar, trabalhar, comer, divertir, dormir… e depois, um dia, morre-se. FIM!

A este modo de ver e viver a Vida, Étienne Guillé chamou, o ciclo do “Produzir-Consumir-Morrer”.

Será apenas isso a Vida? Não haverá em vez disso, um sentido muito mais elevado para tudo o que experienciamos?  

Olho em redor e vejo falta de profundidade nos olhares e falta de conteúdo nas conversas. Vejo um existir desenraizado, assente apenas em premissas imediatistas, materialistas, e egocêntricas. Vejo superficialidade.  Vejo descrença e cepticismo: a maioria das pessoas que conheço não acredita em milagres. Porém, a Vida por si só, é o maior de todos os milagres. Os cientistas hoje, já conhecem muitos dos processos da Vida e sabem COMO funcionam, contudo, ainda não conseguiram responder a uma pergunta fundamental: PORQUÊ? Porque é que há Vida? Porque é que há TUDO e não o NADA absoluto?
Porque é que existem planetas, galáxias e sistemas solares? Porque é que nós existimos? Porque é que estamos aqui?...

Ainda que não consigamos responder a estas questões, pensar sobre elas dá-nos perspectiva. Dá-nos um olhar diferente sobre a existência. Dá-nos profundidade. Dá-nos a noção de que somos parte de um TODO muito maior que nós e que quase não compreendemos. Em última instância dá-nos humildade. 

Por isso, acredito, que a vida não se esgota nos verbos FAZER, GANHAR, COMPRAR, COMER, POSSUIR, CONQUISTAR, ATINGIR…

Vejo a Vida como um mistério que me deslumbra todos os dias e vivo a vida como um estágio de enriquecimento e crescimento pessoal, que acontece através de todas (boas e menos boas) as experiências e interacções que vou vivenciando.

Podemos viver a vida em piloto automático e em linha recta em direcção à morte ou, pelo contrário, podemos viver tudo o que nos acontece numa gratidão e deslumbramento constantes, saboreando, questionando, aprendendo, crescendo…

Oscar Wilde disse que: “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe.”

Quantos seres humanos não consomem os seus dias a pensar na próxima tarefa, nos ingredientes para o próximo jantar ou nas fofocas mais recentes? Qual é o crescimento que poderão alcançar com estes pensamentos?

Claro que precisamos executar tarefas relacionadas com a nossa sobrevivência, segurança, conforto e entretenimento. Faz parte do simples facto de se existir. Contudo, se a nossa vida se resume a actividades triviais e entretenimentos medíocres, estamos de facto, apenas, à espera da morte.

Mas para termos uma visão mais ampla da Vida “é preciso sair da ilha para ver a ilha”.
Há a propósito disto, uma anedota muito engraçada: um peixe do mar cruza-se com outro peixe e cumprimenta: - Olá, que tal está hoje a água? e diz o outro: - Qual água?

Ou seja, é preciso sair um pouco fora do nosso elemento e criar algum distanciamento em relação ao ram-ram de todos os dias, para vermos onde estamos e para além disso.

Os astronautas que puderam observar o planeta Terra a partir do espaço vieram transformados dessa experiência. Mas não é preciso ir ao espaço para dedicarmos um mínimo do nosso tempo a contemplar e a apreciar os mistérios da Vida, a crescer um pouco a cada novo acontecimento e a intuir a gigantesca rede de conexões da qual fazemos parte. E isso é o que nos dá conteúdo interior profundidade de espirito.

A nossa mente permite-nos elasticidade suficiente para, ao mesmo tempo que vivemos a vida de todos os dias, ampliarmos a nossa visão da existência. Mas como vivemos num mundo de opostos, haverá sempre quem morra porque estava vivo e quem morra porque nunca viveu.

Cabe a cada um de nós escolher o epitáfio que gostaria de ter gravado na lápide do seu túmulo.

Pense nisso!

Seja feliz,

Abrace a Vida!

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